segunda-feira, 18 de julho de 2011

Lourenzo.

-Qual o seu problema amigo? Quer um pouco?
E jogava sua garrafa de vodka pra cima dos mendigos que trombava naquela madrugada.
Sentava em alguns bancos, fumava os cigarros, queimava-se com a própria bituca.
-Filho da puta.
Dizia pra si mesmo coisas insignificantes e por vezes ria.
Alterado pelo alcool, no lugar do rosto das pessoas via caras monstruosas, como mascaras de terror. É o que deveriam ter de verdade no lugar do rosto, essas pessoas...
Era tudo muito injusto na própria cabeça.
Não sabia mais seguir o certo. Foi pro errado. Foi para o que era certo para si.
Se negou a dar mais de 30.000 reais para alguém que não conhecia e se formar numa faculdade, que saindo de lá, não saberia o que fazer.
Não arrumou nenhum emprego de grande cargo, mas um simples, dá pra pagar as contas e comprar o cigarro.
Anti-social. Era novo e não o viam em festas.
Era bonito com rugas de uma vivencia sofrida de longos anos que nunca viveu.
Gostava da dor. Da bebida. Da ancia do mundo.
Quando sóbrio debruçava-se por cima da janela do apartamento 101, do sexto andar, olhava pro céu limpo, as vezes sujo de nuvens cinzas, outras vezes molhado... por que se olhasse pra baixo sempre encontrava um mar de merda. Sempre o mesmo mar de merda. Preferia olhar pra cima, olhar pro nada, imaginar que tinha grandes asas negras e que voava pra longe, bem longe dali.
Teve um amor, e fora o ultimo. Depois deste não conseguiu mais amar.
Deixou disso e foi viver a vida dependendo só de si.
Até pensava por vezes, se jogar dali de cima, e manchar as mascaras de terror com o próprio sangue.
Mas pra que disperdiçar seu sangue pra pessoas que nem estrume merece como almoço? Merecem nem a merda que a comida de si próprias cagam.
Ah, cansado de xinga-los... Preferiu fumar mais um cigarro.

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