domingo, 30 de janeiro de 2011

Domingo.

Acordei era 15:30, com o gosto do alcool na boca, e o cheiro de cigarro no cabelo.
O ventilador fazia com que meus pés sentissem cócegas ao bater o vento.
Eu não sabia muito bem no que pensar, a nao ser que precisava de um banho e relaxar.
Algum mal jeito, deitada, consegui dar em minha panturrilha direita, fazendo eu sentir dor, quase chorar, não conseguia me mexer, quase me pus a gritar.
Meu celular tocou, alguém que eu amo me chamou.
Então fiquei deitada na cama, olhando pro teto. Minha visão parecia preta e branca, pouca luz... pouco ar.. sempre o mesmo ar, sempre o mesmo ar.
Levantei, tomei meu banho, me pus a brincar com o cachorro.
Domingo.
Nada a fazer em um domingo.


segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Salto alto.

Colocou a blusa agarrada, a calça de couro, a sandalia alta, se perdeu na musica alta, tropeçou, torceu o pé, reclamou, gritou, fumou, bebeu, beijou.
Fugiu, se arrependeu, segurou uma chave de carro entre os dedos, perguntava por que por que.
Cade?
Agarrou, sentiu os cabelos sendo puxados para trás, não não.. a musica esta alta, esta alta.
"Preciso vomitar!"
Voou pelo banheiro "você esta bem?" Estou.. estou, respondeu ela.
Saiu. Luzes acessas, a festa acabará "ali ali vamos embora, não quero mas vê-lo!"

A noite, a noite.... pelo o que passamos Amiga!
Te amo, Marina Cunha Bontenpelli

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Para o menino que nunca recebeu versos de amor.

Ah eu confesso, me perdi!
Me perdi na brancura da tua pele,
no teu olhar.
E em uma noite, fui me aconchegar nos teus braços
Em que passei a sonhar.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Malicias.

Ele esperava naquele quarto vazio, olhava por entre as cortinas, disfarçadamente, sem que ninguém percebesse, se o carteiro estava vindo. Logo mais, dentro de um ou dois minutos a carta chegaria, e ele guardaria mais uma, junto com as outras, que vem sempre entre a semana.
Aquelas palavras dentro dos seus olhos eu via o quanto você me pedia, sentia tua pele nas palmas das mãos e não continha  o sorriso, a alegria de te-lo...
De repente passou por baixo da porta, o envelope amarelo, colado delicadamente, com a letra fina e charmosa Para Pedro.
Naquela antiga cama, ficavamos deitados escutando alguns ruidos lá fora, sem preocupação se a fumaça do cigarro as vezes cobria nossa visão, seus olhos castanhos claros, as vezes pareciam vermelhos, como chamas de fogo, tua boca tão macia... gosto dos teus cabelos e os acariciava, me perdia com os dedos, os puxava como você gostava... Ah como sinto sua falta.
Dobrou o envelope e o escondeu junto com os outros. As vezes os reli-a só para sentir prazer em certas palavras ousadas, sentir a alegria que o tomava, nem mesmo a bebida lhe acalmava como aquelas palavras que se passavam dentro daquela tinta preta, fina.
Logo mais sua mulher chagaria, e Pedro se perdia lendo, o que acharia ela se o encontrasse com as cartas? Tinha logo que guarda-las.... Mas a noite chagaria e ele ficaria só novamente, quando Ana saisse para um chá com amigas, Pedro estaria livre de novo, e como um menino, sentava em sua escrivaninha entre cigarros e bebidas, e escrevia mais uma vez em seu diario.
Dobrou o papel, guardou o nanquin de onde saía a letra fina do bico de pena, e enfiou no envelope amarelo.
-Colocando amanhã no correio, talvez chegue dentro de um dia...
E poderia se deliciar com as cartas novamente.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Uma carta.

Das noites que sentavamos na escada eu me lembro, e com um violão tocavamos, ao meio do miado da gata.
Vira e mexe você aparecia de madrugada pra roubar uma garrafa de coca-cola, ah, a Dona Nair ficava tão brava, ficamos sem para trocar, e tinhamos que te acordar ao meio dia.
Sua carta eu leio até hoje e as palavras me comovem, a saudade é tão forte.
Não peço nada não, você me deu tudo o que podia. Você me deu o maior amor que um dia recebi na vida.
Mesmo nos gestinhos mais simples, como um sorriso, ou uma palheta.
Das voltas de moto, ah, só a gente sabe. De Analândia. De trilhas, de chão de terra.
Hoje a gente se encontra nos sonhos, mesmo que nem sempre eu lembre, quando acordo muito bem sei que senti seu abraço, e também por que sinto sua presença, sua alegria.
E ah, como eu te amo!

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Nem 5 minutos guardados

Teus olhos querem me levar
Eu só quero que você me leve
Eu ouço as estrelas conspirando contra mim
Eu sei que as plantas me vigiam do jardim
as luzes querem me ofuscar
eu só quero que essa luz me cegue
nem cinco minutos guardados dentro de cada cigarro
não há para-brisa pra limpar, nem vidros do teu carro
o meu corpo não quer descansar
não há guarda chuva contra o amor
o teu perfume quer me envenenar
minha mente gira como um ventilador
a chama do teu isqueiro quer incendiar a cidade
teus pés vão girando igual aos da porta estandarte

Tanto faz qual é a cor da sua blusa
tanto faz a roupa que você usa.

Eu estou no meio da rua
você está no meio de tudo
O teu relógio quer me acelerar
quer apressar os meus passos
não há para-raio contra o que vem de baixo

tanto faz qual é a cor da sua blusa
tanto faz a roupa que você usa.

                                                                                                                    Titãs - Nem 5 minutos guardados