segunda-feira, 28 de março de 2011

A unica carta.

Para Pietra com muito amor

Oi filha, tudo bem?
Espero que sim. Sabe as vezes parece que estamos muito longe, mas saiba que a distancia quando existe entre nós é só fisica, pois minha alma e todos os meus pensamentos sempre estão todos voltados pra você filha.
Então esta distancia fisica some e nós nos encontramos dentro de você ou de mim, nos sonhos, pensamentos e sentimentos, mesmo que for aquele sentimento triste de saudades.
Quantas vezes te escrevi coisas e não entreguei por medo de que você não entendesse os pensamentos do papai. Mas hoje eu vejo o quanto crescida esta, tão linda e quase pronta pra vida, sem contar sua inteligência surpriendente e dinamica, com toda essa capacidade cultural e ao mesmo tempo curiosa.
Espero que esta primeira expressão de sentimentos tenha servido para que você possa sentir o quanto você é importante pra mim e para todos que vivem a sua volta.
Continue sempre assim, meiga que respeira as pessoas e suas opiniões, linda e de bem com a vida e consigo mesma.

Um grande beijo e um uta do papai que te ama demais.
Te amo muito.
Marcelo Cardoso


Pai, me ensinou não só a andar em cima de uma bicicleta, ou matar minha vó do coração quando chegava toda ralada em casa. Me ensinou o valor das coisas simples e dos gestos raros. Me ensinou o quanto uma musica ao som de um violão pode trazer muita mais calma do que qualquer outro vicio.
Me deixou todo o carinho e ternura. Me deixou o respeito pelos iguais, me deixou a sabedoria. Me deixou o conforto de aceitar a ser quem eu sou.
Me deixou  a lembrança de quando cantava pra mim naquela velha escada. Deixou o som da sua voz ressonando em minha mente quando escuto as cordas timbrarem. Deixou-me....
Com a saudade.
Você é, e sempre será o homem da minha vida, da qual imponho o maior respeito acima de todas as pessoas.
Você é, e sempre será o pai que me carregou no colo e me fez um cafuné mesmo depois de um puxão de orelha.
Você é, e sempre será a pessoa mais bondoza e sincera da qual já conheci nos meus 17 anos de vivencia.
Voce é, e sempre será, pra mim, e para todos que te conheceram de verdade, um grande musico, um grande homem.
"sem contar sua inteligência surpriendente e dinamica, com toda essa capacidade cultural e ao mesmo tempo curioso."
Você é, e sempre será, O MEU PAI!
E nossa distancia, é somente fisica, pois nossas almas e pensamentos estão voltados sempre para nós mesmos!

Eu te amo pra sempre! Obrigada por tudo. Obrigada por 17 anos ao seu lado.


sexta-feira, 25 de março de 2011

Ego.

Talvez seja errado usar de outras pessoas, pra subirmos o nosso ego. Mas as vezes sentimos necessidade de fazermos algo, pra provarmos pra nós mesmo, que PODEMOS.
E então o nosso ego incha e a nossa alegria explode.
Todos fazem isso.
Flertam para terem certeza que podem, seduzem para se sentirem gostosos. É  a melhor parte de tudo...
Sentir que é alguém e que tem algo ou pode ter, em mãos.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Abuso impertinente.

A sala estava cheia, e somente se escutava o ranger dos lápis, as folhas virando e a voz do professor que tagarelava aula de quimíca.
Julieta nunca se interessou por cálculos, números, muito menos por formulas cheias de regras em como serem compostas. Ela não entendia por que de tudo aquilo. Ela não queria permanecer mais ali.
Eram fileiras compridas de carteiras, uma posta mais alta que a outra por degraus.
Olhando pra cima, como tinha costume, viu meninas arrumadas demais, sentadas com poses nas pernas e com caras de intelectuais. Na cabeça de Julieta, elas eram apenas putas fazendo umas horinhas antes do trabalho pra mais tarde da noite. Não entendia porque de todo aquele circo. Calças justas demais, maquiagens, lentes coloridas, pulseiras em exuberancia, decotes. Gracinhas e sorrisos toscos pro professor novinho e com ar repugno de galã de matematica.
-É, elas devem estar aqui fazendo propaganda do trabalho delas....Querendo mostrar com o tamanho de um sorriso o quanto elas abrem a bunda.... -Pensou.
-Julieta,Ju... PARA DE OLHAR!
Julieta tinha o problema de se perder nos pensamentos. Ia para outra dimensão quando parava pra julgar qualquer coisa que via pela frente.
Tinha os cabelos longos, encaracolados, castanhos, e as pontas terminavam levemente num tom dourado. Usava óculos de lentes grandes demais pro seu rostinho magro e branco. Tinha olhos grandes, cilios compridos, os quais batiam nas lentes quando piscava. Isso a atormentava.
Odiava e admirava toda a falsidade que podia se encontrar em vinte metros quadrados. Veja bem, se olhasse mesmo com atenção, sem ser atenção para o que as pessoas vestiam ou que penteado estariam usando, poderia ver as pessoas cochichando de uma para outras, sobre outros que cochichavam sobre eles.
-É tudo tão bizarro nesse mundo.
Abriu seu caderno então pela primeira vez depois de duas aulas cheias de cálculos e, começou a desenhar frenéticamente qualquer coisa que não significava nada.
Acabou em vários esboços de caras tristes, rabiscadas e apagadas.
Deu o sinal, não aguentava continuar ali, ergueu-se, pegou sua bolsa de couro preta, colocou seu sobre-tudo e saiu.
Estava frio e úmido lá fora, choverá. Julieta usava botas de cano baixo, um tanto quanto largas por cima da calça jeans surrada. Foi pro cinema.
Passava um filme qualquer, que nem em cartaz chamará a atenção. Comprou seu ingresso e sentou-se sozinha em uma fileira do meio, ocupando três poltronas. Uma para sua bolsa, outra para sua bunda e a ultima para seus pés, jogando as pernas por cima daquela repartição onde todos disputam pra porem os seus braços.
Gostava de olhar para os lados e para trás, e observar a cara das pessoas. Em cenas de sexo todos ficavam apreensivos em suas cadeiras engolindo a seco, corando e fingingo não ligar. Outros acompanhados ousavão em olhar pro lado e dar uma risadinha. Cenas de suspense, todos arregalavam os olhos e ficavam esperando por algo, vidrados na tela tomando frenéticamente seus refrigerantes.
E ela não. Ao invez de assistir ao filme, assistia aos seus telespectadores, deixando sua coca-cola esquentar e suar suas particulas de água gelada da lata.
As luzes acenderam.
-Como é estranho tudo isso.
Saiu gabaleando de sono e foi embora a pé, pelas ruas daquela cidadezinha sem muito interesse.
Ouviu passos, evitou olhar pra trás, acelerou o passo e começará a andar rápido olhando somente pro chão.
O pedregulo passava rápido sob seus pés, quando ergueu a cabeça estava na rua mais vazia e escura de um bairro. Saíra do centro e não se deu conta. Os passos pararam junto com os dela naquela rua sem casas e sem saída. Havia só uma caçamba de lixo, dessas amarelas e grandes cheia de madeira e concretos quebrados.
-Xiiiiiiiiu, um grito e eu te enfio a faca, garotinha! Faz o que eu mandar e te deixo ir.
Julieta gelou. Foi logo abrindo a bolsa para entregar tudo o que tinha.
-O que ta fazendo? Mandei fazer só o que eu mandar!
Era branquelo, metido a bandido, alto e bem vestido. Não enganava ninguém que deixara de ser um filho de pai rico, e que tinha transtornos compulsivos pelo alcool, pelo fumo. Mas tinha uma faca... Não que uma faca daquele porte ridiculo, provavelmente tirada da gaveta da cozinha da própria mãe pudesse lhe tirar a vida, mas poderia lhe deixar uma bela cicatriz por toda a vida.
A lembrança do momento ja seria ruim, uma cicatriz para se ver todo dia...
Era bonito apesar da expressão de panico. Não tinha muita prática, tremia, não tinha muitas palavras, se entregava com gestos que nunca havia feito aquilo antes.
-Abre esse casaco, levanta a blusa. - Falava num tom até que educado, se esforçava para não ser.
Julieta obdeceu.
Então aqueles dedos compridos tocaram seus seios. As mãos macias e delicadas.
Julieta não sabia o porque reparava em detalhes como esse, num momento em que estava sendo abusada sexualmente. Mas a respiração dele entregava, era só um garoto querendo ter a experiência. Provavelmente pelos seus vicios seria dificil arrumar uma garota de modo humano.
Devagar ele tocou os lábios em seu pescoço e puxava levemente seus cabelos compridos.
-"Idiota, ao menos se fizesse tudo de uma só vez, o que ele quer...o que." Por um momento se perdeu em pensamentos...
Então escutou o barulho do ziper se abrir, Julieta voltando a pé firme no chão viu o rapaz puxando as vestes pra baixo.
-Abre essa calça, anda!
Ela abriu, abaixou-as, então sentiu mais uma vez aqueles dedos gelados lhe tocarem. Ela segurou um gemido de certo prazer. Ele respirava arquejante.
Então sentiu algo a mais, ele o fizera, penetrará nela. Segurava firme uma mão em seu ombro e a outra acariciava sua nuca. Não entendia porque de toda delicadeza. Ele chegou ao seu prazer, o mais cafajeste que pode, beijou-lhe os lábios e disse: -Se abrir a boca te mato.
E saiu correndo. Fugindo, na espreita.
Julieta se vestiu. Se sentiu artodoada, infeliz por não ter feito nada. Simplismente deixou e obdeceu. Não gritou, evitou...
Fechou o casado e foi embora no caminho, cantarolando por alguma razão da qual não conhecia.
Não estara assustada, magoada ou se sentindo rebaixada. "Pela janela vejo fumaça vejo pessoas... na rua os carros o céu o sol e a chuva... o telefone tocou, na mente fantasia...."
Continuava a andar....
-Não entendo, não entendo  esse mundo louco.

terça-feira, 15 de março de 2011

Café, cigarro, seis pães.

Setecentas e duas páginas. Cento e quarenta e nove para acabar, estou quase lá, quase lá.
Dez horas e vinte e nove minutos uma velha de aparencia velha demais pra idade que realmente tem, entrou na padaria com o maço e isqueiro na mão, pedindo um café.
-Sim senhora, tem, expresso.
-Só expresso?
-Só...
Nos tempos de hoje em que padaria se passa café á filtro?
-Me vê um.

Veio ao caixa. Era alta, magra, os cabelos curtos, porém em grande quantidade, brancos, brancos sem entregar nenhum fio que não fosse tão branco.
-Um e quarenta...- disse ela.
Como se eu não soubesse o preço do café que vendo.
-É, um e quarenta.
Me deu dois reais.
-Te volto sessenta, obrigada.

Dez e quarenta e três, um moço, de cabelos desgrenhados com brincos de argola, regata, tatuado, calças largas e tênis um tanto quanto sujos...
-Me vê um cigarro.
-Vejo.
Então ficou aquele silêncio de quatro segundos, eu, esperando por qual cigarro, álias vendo vinte e cinco tipos.
-Aquele branco...
Vejamos bem, do suporte de baixo  tenho 10 tipos de cigarros, dos quais sete são embalados em branco.
-Esse?
E apontei pro Dunhil Carton, querendo vender o mais caro.
-Não, aquele pro lado...
Pro lado! ótimo! A paciencia já se esgotando...
-Esse? -Agora para o Free box...
-Não, não, o azul...
-Free box azul, moço?
Com intonação de óbvio e 'você poderia ter dito!'
-Isso...quatro e...
-cinquenta.
Me deu cinco, devolvi cinquenta.
Mas era bonito o desgramado. Tinha olhos castanhos vivídos e sorria sonsamente pela lerdeza ao pedir o seu vicio.
Ficou me olhando parado mesmo após o troco.
-Tchau então -finalmente disse.
-Tchau, obrigada.
Saiu, escutei o barulho do seu jeep, foi embora. Olhou pelo retrovisor, eu vi.

Onze e cinco da manhã, uma magricela vizinha entrou, pediu seis pães.
-Seis pães por favor, um e oitenta!
-Sim.- disse eu já amargurada...-um e oitenta!

Eu sei os preços do que vendo, juro que sei!

quarta-feira, 9 de março de 2011

Bobagens.

Toda vez que tomo algo muito gelado eu soluço em seguida. É algo que acontece com todos imagino. (ou não)
Eu tomo banho e leio os frascos de shampoo. Passo a espuma do cabelo na parede formando desenhos, que nunca resistem ao azulejo molhado.
Eu fico horas olhando pro computador, abrindo e fechando o orkut, procurando videos que me atraiam, e mesmo que não ache nada, eu continuo, na frente do computador.
Quando não tenho fome nem o que fazer, abro a geladeira mil vezes á procura de algo que me abra o apetite.
Bato as portas do armário, olho olho tudo mil vezes, mexo nas mesmas coisas.
Passo o canal da TV... repasso o canal da TV.
Vejo minhas próprias fotos ...revejo.
Olho o celular. Não, nenhuma nova mensagem, nenhuma ligação perdida que não escutei, mesmo com o celular na minha frente.
Deito, me sinto cansada, cansada pra ficar em pé, cansada pra ficar deitada.
Nunca nada está bom, NADA.
Abro um livro, leio, leio, leio, leio. Droga, estou lendo a mesma linha mil vezes. Não entra, não entra!
Até que desisto! Fecho todas as abas da internet com raiva, desconecto o MSN,e  nem ao menos pra ver se a pessoa que eu queria que falasse comigo vai falar... desligo tudo, apago as luzes, deito como se me jogasse na cama de forma revoltante, durmo.

A volta.

Bebada, olhava pelo vidro do carro, com minha mãe do lado.
Vi dois cachorros correndo atrás de um gato. O gato correu,
Atravessou a rua e atropelado morreu!


PS: quando as coisas são pra ser, elas são. Nada é sem razão.


quinta-feira, 3 de março de 2011

Quinta-feira

You go down, down, down I fall out of love with you
Come back round, round, round
You sun of a gun .... tchu tchu tchu tchu ru ru ruuu

Sabe quando a musica fica na cabeça? Você a conhece e então escuta 100 vezes seguidas, decora até o inglês que você não sabe. Pois é caro Mounsier, pois é.
Mas há algo interessante, eu não consigo escrever ouvindo musica, as palavras fogem.
Ultimamente ando sem texto nem pretexto. Triste.
Meus olhos doem, pedem o óculos. Pôe o óculos Pietra!
Minhas costas doem, durmo de mal jeito, acordo toda torta.
Oloco Pietra, o que você é? Uma velha! Deixe de reclamar.
"Carnaval carnaval carnaval, eu fico triste quando chega carnaval..."
Tem um post antigo meu que se você procurar, estará escrito isso, lá no começo, lá no começo....
Esse ano pularei carnaval, no meio do alcool, das pessoas enlouquecidas, do som alto do axé...
Está louca, todos vamos ficando loucos.
Não é irônico? Eu acho.
Meus olhos dói, já disse isso?

quarta-feira, 2 de março de 2011

O mundo - Capital Inicial


Você que já esteve no céu
Foi tudo divertido pra você?
Chega a hora então de provar tudo o que existe.
Tire agora os sapatos, jogue tudo pro alto,
sinta o chão!
Aprender a andar descalço num mundo de asfalto, e sem coração
Até que o mundo gire ao seu redor.

Obrigado por passar mas estou de saída,
tem alguma coisa nova pra fazer?
Vamos lá então ter um dia diferente.
Eu só quero curtir, ficar á toa, viver numa boa
E você quer respostas, exige provas, músicas novas
Até que o mundo gire ao seu redor.

Vão falar que você não é nada
Vão falar que você não tem casa
Vão falar que você não merece
Que anda bebendo e está perdido.
E não importa o que você dissesse
Você seria desmentido
Vão falar que você usa drogas e diz coisas sem sentido
Se eu for ligar pro que é que vão falar
Não faço nada.

Eu procuro tentar entender por que sou importante pra você
Já que é bem melhor ser importante pra si mesmo
Eu não quero mudar, ser mais discreto, ser mais esperto.
Já cansei de propostas, dar respostas  e ter que dar certo.
Até que o mundo gire ao seu redor.