domingo, 24 de julho de 2011

As luzes da cidade ofuscam o céu.

Emily levantou-se da cama depois de ter ficado nela o domingo todo, olhando pro teto, olhando pro guarda-roupa, por vezes vendo vultos, vendo o ventilador girar. O gosto da vodka na parede, o cheiro do mofo na pele e o fedor de si própria no quarto todo. Foi pra rua e começou a andar, deixou os passos levarem para onde tinha que ir não sabendo aonde era. Decidiu ir por ruas que não conhecia investigando as casas e o que havia dentro delas mesmo a vida alheia não lhe sendo tão atrativa como é pra outras tantas pessoas. O mundo é muito grande e seres humanos não são nada perto que lhe compare. Uma pequena pena que um tolo passáro deixar cair em seu mar, ele pode  se irritar e simplismente nos inundar com uma espirrada. Andando para onde as pernas iam, já que sua mente não acompanhava seu corpo, se deu conta que a unica coisa que lhe acompanhava na vida era o som da musica nos ouvidos, quando acabava, se sentia sozinha. Nessas a neorose de talvez um carro passar e lhe meter um tiro já estava viva em seus olhos e desconfiava que alguém lhe seguia. Pegava ruas mal iluminadas e não sabia pra onde ia. O contraste das arvores lá em cima dando contorno ao céu lhe agradava, e as pequenas pedras que via na rua lhe passavam como pequenas casas de pequenos habitantes na terra que todos desconhecem. Nessas alguém já poderia ter morrido... O que acontece a sua volta, ao mesmo tempo que você não faz nada, e você não sabe? Enquanto andava pensava na possibilidade de quantas mais pessoas faziam o mesmo. Era assim... O mundo é assim e ninguém imagina.
Viu um passáro morto no chão. Devia ser o que soltou sua pena no mar. Mas vôou tão longe, que o mundo fez a terra lhe matar. Se sentiu cansada da morte mais uma vez...
Olhou pro alto tentando ver estrelas, mas as luzes da cidade ofuscavam o céu.


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