sábado, 24 de março de 2012

Bitter Sweet Symphony - The Verve

Bitter Sweet symphony

Porque é uma sinfonia agridoce, esta vida
Tente fazer finais encaixarem
Você é um escravo do dinheiro, então você morre
Eu te levarei pela única estrada em que já estive
Você conhece aquela que te leva aos lugares
Onde todas as veias se encontram, yeah


Sem mudanças, eu posso mudar
Eu posso mudar, eu posso mudar
Mas eu estou aqui no meu molde
Eu estou aqui no meu molde
Mas sou um milhão de pessoas diferentes
De um dia para outro
Eu não posso mudar meu molde
Não, não, não, não, não


Bem, eu nunca rezo
Mas esta noite estou ajoelhado, yeah
Eu preciso ouvir alguns sons que identifiquem a dor em mim, yeah
Eu deixo a melodia brilhar, deixo-a limpar minha mente, eu me sinto livre agora
Mas as rotas aéreas estão claras e não há ninguém cantando para mim agora


Sem mudanças, eu posso mudar
Eu posso mudar, eu posso mudar
Mas eu estou aqui no meu molde
Eu estou aqui no meu molde
E eu sou um milhão de pessoas diferentes
De um dia para outro
Eu não posso mudar meu molde
Não, não, não, não, não
Eu não posso mudar
Eu não posso mudar


Porque é uma sinfonia agridoce, esta vida
Tente fazer finais encaixarem
Você é um escravo do dinheiro, então você morre
Eu te levarei pela única estrada em que já estive
Você conhece aquela que te leva aos lugares
Onde todas as coisas se encontram, yeah


Você sabe que eu posso mudar, eu posso mudar
Eu posso mudar, Eu posso mudar,
Mas eu estou aqui no meu molde
Eu estou aqui no meu molde
E eu sou um milhão de pessoas diferentes
De um dia para outro
Eu não posso mudar meu molde
Não, não, não, não, não...


Eu não posso mudar meu molde
Não, não, não, não, não,
Eu não posso mudar
Não posso mudar meu corpo,
Não, não, não


É apenas sexo e melodia violenta e silêncio
É apenas sexo e melodia violenta e silêncio
(Eu te levarei pela única estrada em que já estive)
É apenas sexo e melodia violenta e silêncio
(Eu te levarei pela única estrada em que já estive)
Já estive
Em que já estive
Em que já estive
Em que já estive
Em que já estive
Alguma vez você já esteve?
Alguma vez você já esteve?
Alguma vez você já esteve?

Sábado.

Trabalhar no sábado.



Mirian saiu com seu all star preto rasgado.
Sentou naquele velho banco, com a tinta branca desgastada, estava molhado, havia chovido.
Não se importou.
Então ele chegou. Sentou-se ao seu lado.
-Tudo bem?
-Tudo e vc?
-Tudo.... Como anda as coisas aí?
-Tá corrido, mas tá bem.

Ficaram se olhando pois não havia mais o que falar, já que seus assuntos eram monótonos.
Mas gostavam um da presença do outro.
Gostavam do sorriso um do outro.
Gostavam da textura da pele, que nunca tocaram. Somente nos beijos na bochecha na hora do tchau.

-Então, estou indo agora. - Disse ele.
-Tudo bem, tchau então.

Curvou-se perto demais para um beijo de despedida.
Ela o deu.

-Tchau...

E mais uma vez permaneceu sozinha, naquele velho banco, com a tinta branca desgastada.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Cólica

Ela acordou com cólica e com a calcinha molhada.
Ela acordou com cólica e menstruada.
Ela acordou cedo e estressada.
Tomou seu café da manhã de todos os dias na padaria.
Sentou no caixa, pintou seu all star verde de preto.
Todos olhavam, todos riam,
afinal, quem é a menina estranha com cara de dor de cólica pintando all star?


Ela acordou com cólica e com curiosidade.
Ela acordou com cólica e com a mente em um horário noturno.
Ela acordou com cólica e disposta a passar o dia esperando descobrir algo.
Fez seu dia rotino, passou na vó Nair, lhe deu um beijo e foi pra casa se arrumar.


Ela acordou com cólica, com a calcinha molhada e com curiosidade.
Correu seu dia rotineiro, e está indo dormir:
Com cólica, com a calcinha protegida e com a mesma curiosidade.
Curiosidade mata?
Bom, tira o sono.

sábado, 17 de março de 2012

02:33

Gostaria que algo mágico acontecesse antes de eu dormir de verdade.

02:16

E você não está dormindo ainda, Pietra?
Não.
No chão há tinta a óleo, água rais, coturnos, tênis, bolsas.
Tentei acertar os cotonetes no lixo, juro, mas não consegui... foram para o chão, junto com a tinta a óleo, água rais, com os coturnos, tênis e bolsas.
Acho que perdi minha fé. Ou pelo menos não a lembro de tê-la, um dia ter ousado dela.... Ou se a vida me deu uma pausa pra isso.
Indo á caminho da pista, com a van lotada, passamos na frente de uma igreja da cidade. Igreja que fui batizada, que fiz a primeira comunhão e ia as missas aos sábados a noite com a vó Nair.
Bom.... Um menino que se senta á frente, fez o nome do pai e então...
Lembrei de quando fazia isso, passeava naquela praça de bicicleta com os amigos de rua... Me estrupiava naquele bairro.
Onde jogava queimada na rua até tarde, bola, esconde- esconde, pega- pega, boneca, pular corda...
Entrava suja na casa e dormia com o pé encardido.
"Não vó, já tomei banho!"
Não vejo crianças assim hoje.
As crianças de hoje não são assim.
Ou as crianças cresceram.
O tempo anda muito rápido.
O tempo anda intenso.




Espero pelo frio. Eu gosto do frio.
Gosto de sentir o frio entrar pelas narinas e me causar espirros.
Gosto de procrastinar a ida ao banho por que está tudo gelado.
E gosto de fingir que não faz uma hora que estou embaixo do chuveiro quente, para não ter que sair.




Disseram que gostam de mim, mesmo eu usando botas de gnomo, isso deve ser bom, não?


Hoje fiquei por aqui mesmo. Noite de sábado. Eu acordo tarde, e namorado cedo. Melhor não forçarmos o sono. Embora não me importasse muito com acordar 5h pra ir embora.


Esperei a van de hoje que não chegou tão tarde como costume.
O garoto de preto me deu oi, me deu tchau tchau. Abriu um sorriso.
E de fato, a algum tempo, ninguém desconhecido sorria pra mim, sem antes eu abrir um primeiro.


De fato, pessoas decentes ainda existem,
de fato meu sono chegou,
de fato só precisava escrever algo para descarregar a energia de minhas mãos.

Vi um mosquito morrer e, mesmo sendo um mosquito, foi agôniante.

Boa noite.

quinta-feira, 8 de março de 2012

Cigarro.

Boa noite, ou má.
Não foi das melhores hoje.
Meu cachorro rondou meu quarto inteiro para achar um canto para dormir.
Mas não sabe ele que depois de todo esse tempo atrás do conforto vou colocá-lo para fora.
O que me parte o coração. Lá está frio.



Seu nome era Lara.
Não aceitava muito bem o convivío social.
Passou o intervalo sozinha vendo os grupos de pessoas conversarem.
Foi embora, sua van é sempre a ultima a chegar.
Agora vê seu cachorro enlouquecido com a fumaça...
Vou abrir a porta... Apagar o cigarro, boa noite.

segunda-feira, 5 de março de 2012

23:46

Quando não tenho um nome para um título, eu coloco a hora que comecei a escrever.
Tenho a mania de abrir meu blog e ler meus textos, que já li mil vezes mais uma vez.
Não sei.
Acabou de chover, mas ainda chovisca, e escuto o passos do meu cachorro gordo lá fora, de sua lingua batendo contra a água do pote, e da baba que ele chacoalha.
"Boa noite. Te amo Tchubi. Bom estar com vc. Ficarei com sdd de novo..."
Como amo essas mensagens, rs.
Bem, relendo todos os textos, percebo como mudamos de caminho em nossas vidas, mesmo que por vezes, tenhamos tracejados tais por longos fios.
Em um texto escrevi que tinha decidido o que seguir profissionalmente. Por que no dia, na minha mente, eu iria passar toda a vida fazendo escova.
Não que, isso seja ruim, ou que, cabelereiro seja um porre, por que tem muitos que admiro de verdade.. Mas não levei jeito. kkkkkkk
Até levei, mas ééé chato.
E hoje estou na faculdade de Arquitetura.
Bom, não que não possa ter comparações entre uma coisa e outra... eu poderia arquitetar cabelos.
Enfim...
Na minha frente há um painel de fotos que fiz com uma sacola de loja, com varias figuras do Snoop, com fotos do meu pai.
Já é um assunto batido mas, ah como faz falta.
Hoje, domingo, seria um tipico dia pra receber uma ligação com aquela voz de sono e de cansaço lavado a cerveja... "Pi, quando vai vir na vó? Ela não para de perguntar. Vai ter uma carninha aqui no estúdio, vc vem? Convida o Le."
Ou simplesmente como costume... "Te amo viu, filhota?"
E quando era mais nova, nessas horas, estaria resmungando que não queria voltar pra casa da mãe, que não era pra tirar o fusca do vô da garagem, por que ninguém me tiraria da casa da vó Nair.
Hoje vou, volto sem avisar, sem pedir...
A diferença, é que não recebo mais os abraços apertados e demorados, nem escuto aquela voz que um dia me fez dormir.

Marcelo, você pra mim, não era músico, nem foi meu pai, nem era gente boa, não tinha cabelos longos e despenteados.
Você pra mim É músico, É meu pai, É gente boa, TEM cabelos longos e despenteados, e SEMPRE estará presente nos meus dias, simplismente por que você vive dentro de mim.