quarta-feira, 29 de junho de 2011

Sem titulo.

Mas "Sem titulo" é um titulo, certo?
A coca-cola estalava dentro da lata, quente, e frenética. Por alguma razão me encomodava, e por outra me acalmava.
Me fechar em detalhes pequenos assim ao redor, me concentra, a ponto de tranquilizar.
Desliguei o computador e deitei na cama. Subiu um calor inesperado, liguei o ventilador.
Eu só durmo com o barulho dele, mas ultimamente anda tão frio que o deixo de lado, triste, olhando para  o chão, sem trabalho para arcar.
Liguei-o.
Um barulho de papel começou.... papel voando, se batendo. O medo me dominou.
O que será?
Acendi a luz... procurei por algo e nada! O barulho parou.
Apaguei... o barulho voltou.
Acendi, parou... cade? Cade?
Apaguei... voltou com força, rápido, assustador.....
Enfiei a cabeça embaixo da coberta.
Acendi com coragem.... olhei.... nada! E dessa vez mesmo com a luz acessa ele não parou...
Um vento em sentido contrário bateu em meus pés, vi sombras...
Achei! Eram as etiquetas penduradas na porta....

segunda-feira, 20 de junho de 2011

O que é?

O que é o amor? Amor se sente pela familia? Amor que se sente de mãe e filha?
Ou são apenas quatro letras, que formam uma pequena palavra de duas silabas?
O amor se fala ou o amor se sente?
O que é o amor? Tristeza ou alegria? Angústia ou contentamento? É um bem estar, ou uma vontade súbita de matar?
Amor...é sinônimo de que?
Amor é feito de que?
Nasce aonde? Onde para? Até onde resiste?
Uma pessoa diz que te ama, tá, ela te ama.
Seu namorado diz que te ama, ok, ele lhe disse a palavra mais bela do mundo.
Mas o amor, se diz ou se vê?
Você sabe como tirar de mim esse tal sentimento?
Afinal, ele existe?

quinta-feira, 16 de junho de 2011

REGISTRO CIVIL

CERTIFICO que, no livro A-0106, às folhas 052, sob número 62791, está registrado o assento de PIETRA NATALIA CARDOSO, do sexo femenino, nascida no dia três de maio de mil novecentos e noventa e três (03/05/1993), às vinte e três horas e cinquenta e sete minutos, na Maternidade da Santa Casa de Misericórdia, em Leme, SP.

Filha de MARCELO CARDOSO, natural de Leme-SP e de PAULA REGINA DO NASCIMENTO CARDOSO, natural de Buenos Aires, Argentina.

São avós paternos: Marcilio Cardoso e Nair dos Santos Cardoso.

São avós maternos: Daysir do Nascimento e Graciela Ramona Aldao Bauza.

Foi declarado o pai.

Registro feito em sete de maio de mil novecentos e noventa e três.

À margem nada consta.

                 O referido é verdade e dou fé.

 
Muito prazer!
O prazer foi todo meu!

domingo, 12 de junho de 2011

10/06

Vejo as crianças de hoje comprando balas e chocolates no balcão, e, as imagino daqui oito ou dez anos, comprando cigarros e bebidas.
Imaginando qual delas será bela de aparência, ou qual terá um futuro sucedido graças aos pais ou pela inteligência adquirida.
Vinho dá calor.
Agora tirarei meu cachecol.
Ou irei na calçada tomar uma brisa gelada.
A propósito, nunca me acerto com o frio.

terça-feira, 7 de junho de 2011

17:23

Andava com os passos firmes, mas como quem flutuava
Senti a ventania bater entre meus braços, e então os abri, como um passáro se preparando para dar voo
A leveza tomou parte do meu corpo.
Passei por uma árvore baixa, passando a mão em suas folhas como se fossem plumas
Olhei os muros chapiscados, como quem reconhece arte
Os dedos pelas grades, como quem foi criança
Segurei os cabelos, como quem os tivesse grande
Apreciei um campo de futebol, como quem fosse menino.
Quem me viu sorrir, sorriu, de mim, para mim.
Dancei com a leveza do vento, chorei com a calma de quem pode.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Nino Qüampeux.

Seis horas da manhã, de um dia qualquer de 1923, nasceu Nino Rodriguez Qüampeux.
Deprimido, seguia ordens do pai e, apanhava na escola.
Era filho de dono de terras e fazendas, tinha o que queria se ficasse o dia todo a estudar música clássica.
Seguiu a vida dessa maneira até os vinte e três anos.
E então as seis horas da tarde de um dia qualquer de 1946 conheceu o amor.
Charlotte tinha os longos cabelos encaracolados, pele clara como areia fina. Era filha de empregados e recolhia a uva para o vinho.
Foi quando estava com seu vestido longo azul, sentada a beira de um lago, onde o gramado soprava-lhe o tecido, que Nino a viu. Quando os grandes olhos castanhos de Charlotte brilharam, coração de menino sorriu.
Verão de 1948, Nino queria casar, Charlotte aceitou, mas por recusa dos pais, fugiram e foram se amar.
Numa pequena casa eles foram morar, terraço de madeira, cadeiras de balanço e, céu aberto para namorar.
Charlotte andou estranha e, então a traição.
Nino descobriu.
Sua liberdade, alegria e euforia se fora, vendo a cena de Charlotte com outra pessoa na cama.
Os dias acabaram ali, e então as vinte e quatro da noite, de um dia qualquer de 1952, o gramado que soprou os tecidos do vestido azul, para Nino, soprou a morte.
"Nino Rodriguez Qüampeux, vinte e nove anos, filho de Senhor, suicida-se a beira do famoso lago Azar, na pequena vila das Paixões. Que Deus o tenha, tenham um bom dia qualquer, Jornal dos Coitados."