quarta-feira, 25 de maio de 2011

Secret - The Pierces

Tenho um segredo Você pode guardá-lo?
Jure que esse você irá guardar
Melhor tranca-lo em seu bolso
Levando ele ao seu tumulo
Se eu te mostrar então eu sei que você
Não vai contar o que eu disse
Porque duas pessoas podem guardar segredo
Se uma delas está morta ...

Porque você sorri
Como se tivesse contado um segredo?
Agora esta contando mentiras
Porque você é o único a guarda-lo
Mas ninguém guarda um segredo
Ninguém guarda um segredo
Porque quando cometemos nossos piores feitos
Nós falamos?
Eles queimam em nossos cérebros
Transformando-se em um inferno
Porque todos contam ...
Todos contam ...

Tenho um segredo
Você pode guarda-lo?
Jure que esse você irá guardar
Melhor tranca-lo em seu bolso
Levando ele ao seu tumulo
Se eu te mostrar então eu sei que você
Não vai contar o que eu disse
Porque duas pessoas podem guardar segredo
Se uma delas está morta ...

Olhe em meus olhos
Você não está adormecendo
Você esta hipnotizado?
Pelos segredos que guarda?
Eu sei o que está guardando
Eu sei o que está guardando

Tenho um segredo
Você pode guarda-lo?
Jure que esse você irá guardar
Melhor tranca-lo em seu bolso
Levando ele ao seu tumulo
Se eu te mostrar então eu sei que você
Não vai contar o que eu disse
Porque duas pessoas podem guardar segredo
Se uma delas está morta ...
Alison?
Sim, Katherine.
Tenho algo que quero te contar, mas
Você tem que prometer que nunca irá contar a ninguém
Eu prometo
Você jura pela sua vida?
Eu juro pela minha vida

Você jurou que nunca diria ...

Tenho um segredo
Você pode guarda-lo?
Jure que esse você irá guardar
Melhor tranca-lo em seu bolso
Levando ele ao seu tumulo
Se eu te mostrar então eu sei que você
Não vai contar o que eu disse
Porque duas pessoas podem guardar segredo
Se uma delas está morta ...

Sim, nos duas podemos guardar segredo
Se uma de nós está morta.


http://www.4shared.com/audio/l6avtBUY/the_pierces_-_secret.htm

terça-feira, 24 de maio de 2011

Hoje.

Não lembro mais como iria começar este texto. Tinha formado em minha cabeça palavra por palavra. Só por que decidi passar para o papel, esqueci tudo!
Calma, tentarei lembrar.
Ah sim, me lembrei, bom, era mais ou menos assim...
Todos os dias, sete e trinta e quetro, trinta e cinco da manhã, naquela mesma rua quando entro, bate o sol nos meus olhos. Você nunca o vê de verdade, não é? Você não consegue. Queima, é tão filho da puta. Reflete raios amarelos. Mas ele mente, a claridade é branca. E daí que é fogo? Olhe bem para ele, olhe... se você se cegar o problema vai ser seu.
Eu estou agoniada. Quando você quer algo mais não sabe o que, precisa de algo mas não sabe como, quer fugir mas não tem saída. Quer gritar, mas não pode, ou não valheria a pena. Geraria dor em minha garganta, falta de voz e, não resolveria meus problemas, que eu mesma não sei bem quais.
Ando aflita, esperta, com a armadura em posição esperando algo/alguém me atacar.
A vontade de dormir doma o meu corpo. Supri minhas energias, tira-me o apetite. A cama me chama e, por lá quero passar dias e noites, no meu quarto gelado, embaixo daquelas cobertas, senti-las me engolir e criar uma sarna do meu próprio corpo. Até não aguentar mais, não conseguir segurar mais a vontade de urinar, evacuar, me enfiar embaixo de uma água corrente fria, (por que assim soa mais apropriado para o texto, do que dizer me enfiar em um chuveiro). Sentir toda a pele eriçar, as mãos trêmulas pelo frio, bater os dentes, sentir algo, que ainda estou viva, que tenho reações que meu cérebro tão agitado, desgasto, manda para meus nervos (que pulsam estéricamente desejando perfurar-me) e, correr, correr para outro corpo, mais útil que o meu, que ama, mais sofre por mais. Não sabe o que quer, por quem, quando, como, porque?
Quero renovar a vida? Pessoas? Amores? Casos? O fisíco?
Me julgariam mal carater se eu fugisse?
Talvez seja mais fácil esperar que o abraço da morte me venha.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Gota de água- Homero Icaza Sánchez

Gravei tua figura
Em uma gota de água
Lancei a gota de água
Num pequenino arroio
O arroio foi rolando
E perdeu-se num rio
O rio entrou no mar
Depois te fui buscar
E te achei dividida
Teus cabelos ficaram
Numa curva do rio
Teus braços chamavam
Feitos ramos de uma árvore
As pernas completaram
Um corpo de sereia
Que ansiava ser mulher
Do teu tronco nasceram
Algas e caracóis
Achei teus olhos garços
Em uma madrepérola
Teu vário coração
Um peixezinho de ouro
Alimentou-se dele
(Hoje no mar é rei
Por tão feliz façanha)

Como estou sem teus beijos
- A um tempo mel e sal -
Bebo a água do rio
Bebo a água do mar.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

O Poeta - Pablo Neruda

Antes andei pela vida, ao meio
de um amor doloroso, antes retive
uma pequena página de quartzo
cravando-me os olhos na vida.
Comprei bondade, estive no mercado
da cobiça, respirei as águas
mais surdas de inveja, a inumana
hostilidade de máscaras e seres.
Vivi num mundo de lamaçal marinho
no qual a flor de súbito, a açucena
me devorava em tremor de espuma,
e onde pus o pé resalou minha alma
pelas dentaduras do abismo.
Assim nasceu minha poesia, apenas
resgatada de urtigas, empunhada
sobre a solidão como um castigo,
ou apartou no jardim da impudicía
sua mais secreta flor até enterrá-la.
Isolado assim como água sombria
que vive em seus profundos corredores,
corri de mão em mão, ao insulamento
a cada ser, ao ódio cotidiano.
Soube que assim viviam, escondendo
a metade dos seres, como peixes
do mais estranho mar, e nas ladosas
imensidades encontrei a morte.
A morte abrindo portas e caminhos.
A morte deslizando pelos muros.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

O caso de Raphael e Gabriela.

Se gostavam, porém ela não podia se envolver. Já namorava e estava perdida na decisão de pular de uma corda firme para uma bamba.
Se apaixonava a cada noite. Suspirava e ofegava romances.
E então quando decidiu acabar com essa loucura, recebeu:

O que essencial ?

Aquilo que transmite essência ?
Essência emite cheiro ?
Cheiro se sente a distância ?
Distância é coisa pra se medir com disposição ?
Disposição é reconhecido a distância ?
Reconhecimento é distanciado de fatores dispostos ?
A ordem do fator não altera o produto?
Mas e os produtos alteram fatores ?
O produto é o fato e não fator
O fato é você!
Você é incrível e eu te adoro .... por muitas e muitas coisas que nao explicarei ... sinto uma saudade de um futuro próximo ... é estranho imaginar uma coisa bem provável ( ou não) e sentir saudade de algo que nao se concretizou ... Mas e daí ?
Se é mútuo ... que nos envolva (mais ainda) !
Beijão senhorita !
Raphael.

Não piscava, lia e relia cada linha dentro daquele papel ralo, com letras finas e delicadas...
Hoje? Hoje eles vivem um amor de verdade.
Gabriela se arriscou para a corda bamba...
Onde descobriu que a firme, estava a ponto de extourar.


                                                                                     texto grifado por: Raphael.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Madame, Monsieur.

Amelie não gostava do sol por ter a pele branca demais.
Amelie não gostava da chuva pois arrepiava-lhe os louros.
Amelie não gostava do calor por que lhe suava as roupas.
Amelie não gostava de muito frio pois ressecava-lhe o nariz.
Amelie gostava do tempo nublado.

Pouca luz, pouco sol, pouco vento, pouca brisa calorosa.

Amelie gostava de andar, andar por ai, colecionar pedras.

Não quaisquer pedras. Pedras chatas, finas... pedras que jogadas num lago, quicavam.

Amelie gostava de ver desenhos em nuvens.
Formato na fumaça do fumo.
Cheiros diferentes em determinados ambientes.
Gostava do cheiro da pasta de dente.
Do gosto do pão quente amanteigado na chapa.

Gostava de roupas compridas com um leve tom á moda antiga.
Gostava de romances... de amores.

Amelie ia andando por ai... sentiu um cheiro nunca antes conhecido.
Fechou os olhos para que aquilo se aprofundasse mais em suas narinas..
Andava andava, logo corria....

Amelie morreu atropelada em uma esquina.



recomendo para que escutem:
.La Valse d'Amelie: http://www.youtube.com/watch?v=RD3WwM6l1J0

.Comptine D'Un Autre Ete L'Apres Midi  : http://www.youtube.com/watch?v=CgYnRh8ACGQ

.La Valse Des Vieux Os: http://www.youtube.com/watch?v=C_Ywb4bBf9g

.Yann Tiersen - Soir De Fete: http://www.youtube.com/watch?v=Iz6UTYzAwi4

.La valse de monstres: http://www.youtube.com/watch?v=xqgXHBsXD_E

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Infancia

Estava no banho, um tanto quanto atrasada pra mais um compromisso, quando resolvi escovar meus dentes ali.
Peguei a escova e deparei-me com a ausencia da pasta de dente.
Abri gavetas, armário e não encontrei.
Então não tive outra opção e peguei a pasta infantil do meu irmão.
Voltando pra baixo da água quente, abri a tampa e aquele cheiro de tutti fruti trouxe na lembrança os momentos das minhas criancisses.
As manhãs frias que acordava pra ir na Vaca Mecânica. Ficaava em pé em cima da cama, enquanto minha mãe tirava meu pijama e colocava o uniforme azul marinho.
Lembro dos pães amanhecidos e amanteigados com o leite quente achocolatado. Das tias da escola, do parquinho no recreio, e dos choros pelos empurrões e zombarias.
Vagamente vem a mente que iamos em fila pro banheiro escovar os dentes.
Comiamos pãozinho com goiabada e cantavamos em roda.
Lembro do carinho da vó e do vô, e das idas pro rio mogi nos finais de semana quentes.
Dos pomares de laranja, da sombra fresca.
Do pai tocando guitarra, me chamando de filhote...
Bom os tempos.
Em casa assistia Castelo Ra-Tim-Bum e o Pequeno Urso.
O Tibio e o Peronio, o ratinho que tomava banho.... "que som, que som é esse? quem sabe o nome dele?"
"Ratinha peluda que cavoca a parede que barra a brisa que destroi a nuvem que cobre o luaaar, declaro ser o seu mais lindo amanteee, e com você eu quero me casar, fazer da naturezaaa o nosso altaaar!"

E então, me dei conta que não havia mais pasta.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

-Acorda!
O despertador já havia tocado três vezes, loucamente, alto e irritante como só ele sabe ser as seis horas da manhã. Emily continuou ali, emaranhada no cobertor de pelos que fedia ao seu bulldog, esperando que não a chamassem novamente a não ser para dizer "Fique ai mesmo, não trabalhe hoje!"
-Acorda menina! Não me atrase de novo!
E então já irritada levantou desgostosa, sentou-se e sentiu o piso gelado daquela manhã chata, igual a de todos os dias.
Levantou xingando algo entre o vento que o ventilador dava. Mesmo naquele frio ela dormia com ele ligado, não conseguia de jeito algum dormir com o quarto afundado em silêncio, o quebrava com o barulho das astes então, que giravam no teto, e se perguntava o que aconteceria se aquilo um dia despencasse enquanto dormia.
Abriu a porta-janela e olhou lá fora, tempo mais ridiculo não havia. O céu estava coberto de um cinza escuro, lastimável e perfeitamente para um dia de enterro, onde tudo é preto, chato, colhido por lágrimas.
Abriu a segunda gaveta pegou sua meia calça preta, e jogou o sobretudo de lã por cima. Colocou os tênis sujos, que desde comprados nunca foram lavados, e foi lavar a cara com a água gelada que saia frenéticamente da torneira.
Escovando os dentes mandaram-na ir logo, quase se afogou com a pasta mandando sua mãe ir pro inferno. Ficou quieta, não queria mais dor de cabeça naquela manhã.
Entrou no carro e foi num mutúo silêncio até a escola de seu irmão, onde sua mãe o largou e foram para a padaria.
Atendeu, ouviu reclamações, e ficou contando os minutos na tela do computador.
Deu uma hora e meia e foi embora... colocou a bolsa de couro entre um ombro e foi pro centro.
Havia uma garoa ridicula que não a atormentada, nem se causava-lhe fios rebeldes nos cabelos, entrou numa convêniencia e pediu um cigarro.
-Um Black.
Pagou e saiu.
Entrou num bar fechado, um tanto escuro, com mesas de madeira velhas e umas cadeiras gostosas de couro vermelho queimado.
Pediu o café, tomou e fumou tranquilamente olhando pela janela a rua, que já lá caia uma forte chuva.
Sentou na sua frente um moço, que brincava com a colher do seu chá... o que era bem mais interessante no momento que sua própria vida.
Emily não sabia mais o que fazer, abriu o diário velho de paginas amarelas e capa preta de couro... virou umas páginas já escritas e tentou escrever algo....
"Chove, nem mesmo esse desgosto de tempo me tira a angustia, nem mesmo a lembrança mata a saudade, nem mesmo o fumo e a cafeína me despertam ou me desligam... arranca-me o cérebro, me dê algo útil, nesse cafofo de bar.... onde até uma colher de chá se torna mais interessante do que a própria vida."

domingo, 1 de maio de 2011

Criança

Quando se é criança você não tem preocupações tão chatas, que grudam na sua cabeça e atormenta seu dia.
Você não tem tantas opções então por isso mesmo não sofre tanto com as escolhas.
Você espera pelo dia perfeito, em que virará uma princesa e terá tudo o que deseja.
Espera pelo principe encantado.
Você dança na frente do espelho, sem se preocupar do que vão pensar de você, você é apenas uma criança.
Você pode se entupir de chocolate, por que no dia seguinte não terá nenhuma grande festa para você ir com alguma espinha no rosto.
Você pode andar pelado pela casa sem ninguém te cobrar disso.
Pode dormir até a hora que quiser, sem ter um despertador ao seu lado todos os dias as 6h da manhã.
E você não precisa de nada, ha não ser sua mãe pra te acalmar quando faz algum dodói.
É, um dia esperamos anciosos para completarmos nossos 18 anos, tirar nossa carta, ter nossa vidinha independente e nos enchermos de bebida alcoolica...
Outro dia reclamamos das contas pra pagar, do dinheiro curto, e da dor de cabeça... e pensamos: Gostaria de voltar a ser criança.