Era doida, a Barbara. A menina de cabelos curtos e cinzas que trabalhava naquele balcão cheio de doces, com alguns vinte tipos de cigarros para vender.
Vivia espiando pela a entrada da direita, o que o moço dos olhos azuis fazia. Trabalhava em uma borracharia quase de frente, passava com os carros pra lá e pra cá toda hora. Segurava seu cigarro nos lábios enquanto rolava alguns pneus pela calçada.
Na cara de pau, levantou-se do banco alto que ficava, e foi até a porta, olhar sem querer o movimento daquela avenida, ver se não topava com olhos claros por lá. Foi ai que então viu o desejado cara, entrar no carro que seu padrasto usava para trabalho e enfia-lo dentro da borracharia. Uma alegria subita lhe dominou e só esperou pelo momento.
Passou uma hora, e ela havia esquecido daquela cena, se perdendo entre paginas de um livro; ah Barbara adorava ler. E mais nem menos ouviu aquele ronco conhecido, o tal carro, estacionando atras dela, somente com uma parede lhe separando.... Nem menos que três segundos, seu pensamento foi realizado.
Olhando para o seu lado esquerdo, um pouco para cima, ela os encontrou, os olhos azuis! A mão dentro de uma luva preta de couro lhe entregou a chave do veículo, o sorriso mais branco que já virá antes, os olhos, uma piscada. "Ele piscou pra mim, filho da puta sem mais nem menos, agora saiu.... com o sorriso na cara, ele sabe o poder que tem"
Ganhou o dia! de costume bagunçou seus pequenos fios cinzas de cabelo, e continuou a ler seu livro... com uma diferença agora, ela não se perdera entre a história .. mas sim nos olhos azuis.
quinta-feira, 30 de dezembro de 2010
quarta-feira, 29 de dezembro de 2010
Vá a merda.
Novembro foi passando e automaticamente já fui me enganando. Automaticamente deixei de contar os dias, ver a hora, ou até mesmo procrastinar vendo os minutos passarem, nas tardes tediosas de domingo.
No trabalho marcando muitos preços em fichas, sou obrigada a saber o dia, o mês. Chegou Dezembro. Tão esperado Dezembro. Onde todas as pessoas se desesperam pelos presentes, para comprar, dar, ser presenteado. Enquanto outras tantas se vem passando fome, numa casa repugnante, sem mesmo um forro, onde dormem com a chuva, com os bichos escrotos, com a poeira da ignorancia da sociedade.
Para os demais, a mesa farta, o peru amarrado pelas pernas e assado dentro de um metal reluzente e quente. O chocolate, o vinho, os fogos. Quanto dinheiro queimado.
Via os dias mas não me animava, fingia não ver, e por alguns momentos, de tanto enganar, realmente cheguei a não ve-los muito. Passavam despercebidos. Passavam como água... por ai, sem gosto, sem cheiro, sem cor.
Mas já? Dia vinte e quatro? É amanhã? Véspera de Natal.
A tristeza tomou conta das entranhas. Do corpo, da alma, do coração. A respiração se ofegou, os olhos secaram, o corpo foi paralizado pelo simples fato: é Natal.
A santa ceia. Confraternização, sorrisos maléficos. A esperança de uma noite tranquila, se foi.
Então chegou a tal meia noite, que todos esperam como se fossem cachorros, vendo suas cadelas no cil. Os fogos, o dinheiro pegando fogo, o barulho que faz todos os cachorros latirem e ficarem putos, simplismente por ter seus timpanos serem perturbados por aquele estrondo. Passe logo, passe logo meia noite. Deixe-me sozinha em paz, no meu quarto, com a garrafa de vinho e meus filmes.
Quatro horas da manhã então, me deitei. Acabará de ver toda uma série de um filme famoso demais, ilusório demais...Bom, para se assistir no dia de Natal.
Todos com o sorriso pregado no rosto, ignorei o fato não ficando em casa.
Enganando a vista, a sabedoria, a memória, novamente a contagem dos dias, logo mais chega o Ano Novo.
Mas uma véspera maldita, mas uma esperada pela meia noite, mais dinheiro queimado em forma de luzes fluorecentes queimada na negritude da noite. Ao menos isso representa dias novos. A chegada de mais um ano, um pouco mais de velhice. Talvez até mesmo uma chegada mais próxima da morte para um reencontro.
Feliz Natal e um próspero Ano Novo.
No trabalho marcando muitos preços em fichas, sou obrigada a saber o dia, o mês. Chegou Dezembro. Tão esperado Dezembro. Onde todas as pessoas se desesperam pelos presentes, para comprar, dar, ser presenteado. Enquanto outras tantas se vem passando fome, numa casa repugnante, sem mesmo um forro, onde dormem com a chuva, com os bichos escrotos, com a poeira da ignorancia da sociedade.
Para os demais, a mesa farta, o peru amarrado pelas pernas e assado dentro de um metal reluzente e quente. O chocolate, o vinho, os fogos. Quanto dinheiro queimado.
Via os dias mas não me animava, fingia não ver, e por alguns momentos, de tanto enganar, realmente cheguei a não ve-los muito. Passavam despercebidos. Passavam como água... por ai, sem gosto, sem cheiro, sem cor.
Mas já? Dia vinte e quatro? É amanhã? Véspera de Natal.
A tristeza tomou conta das entranhas. Do corpo, da alma, do coração. A respiração se ofegou, os olhos secaram, o corpo foi paralizado pelo simples fato: é Natal.
A santa ceia. Confraternização, sorrisos maléficos. A esperança de uma noite tranquila, se foi.
Então chegou a tal meia noite, que todos esperam como se fossem cachorros, vendo suas cadelas no cil. Os fogos, o dinheiro pegando fogo, o barulho que faz todos os cachorros latirem e ficarem putos, simplismente por ter seus timpanos serem perturbados por aquele estrondo. Passe logo, passe logo meia noite. Deixe-me sozinha em paz, no meu quarto, com a garrafa de vinho e meus filmes.
Quatro horas da manhã então, me deitei. Acabará de ver toda uma série de um filme famoso demais, ilusório demais...Bom, para se assistir no dia de Natal.
Todos com o sorriso pregado no rosto, ignorei o fato não ficando em casa.
Enganando a vista, a sabedoria, a memória, novamente a contagem dos dias, logo mais chega o Ano Novo.
Mas uma véspera maldita, mas uma esperada pela meia noite, mais dinheiro queimado em forma de luzes fluorecentes queimada na negritude da noite. Ao menos isso representa dias novos. A chegada de mais um ano, um pouco mais de velhice. Talvez até mesmo uma chegada mais próxima da morte para um reencontro.
Feliz Natal e um próspero Ano Novo.
terça-feira, 21 de dezembro de 2010
Dores.
Ah, meu corpo
Já não aguenta mais com o próprio peso
Com a canseira que esses dias tem o pesado
Com os versos duros que anda escutado
Com as cenas que olhos gravam e gelam,
Como se fossem fotografias velhas, que vem dolorosamente do passado.
Ah, meu corpo
Já não aguenta mais a repugnancia
A violencia dos atos que eram para serem tão simples
A ignorancia dos ignorantes que assim se fazem.
Ah, meu corpo
Pede a bebida
Pede o vinho quente que queima a própria garganta
Pede o cigarro que inala as narinas
Pede a dança lenta
Pede um amor.
Ah, meu corpo
Morre de tanto desejar.
Morre de tanto esperar.
Morre por se suportar.
Já não aguenta mais com o próprio peso
Com a canseira que esses dias tem o pesado
Com os versos duros que anda escutado
Com as cenas que olhos gravam e gelam,
Como se fossem fotografias velhas, que vem dolorosamente do passado.
Ah, meu corpo
Já não aguenta mais a repugnancia
A violencia dos atos que eram para serem tão simples
A ignorancia dos ignorantes que assim se fazem.
Ah, meu corpo
Pede a bebida
Pede o vinho quente que queima a própria garganta
Pede o cigarro que inala as narinas
Pede a dança lenta
Pede um amor.
Ah, meu corpo
Morre de tanto desejar.
Morre de tanto esperar.
Morre por se suportar.
domingo, 5 de dezembro de 2010
Time to pretend (MGMT)
Vamos fazer algumas músicas, fazer algum dinheiro, encontrar algumas modelos para esposas.
Vou me mudar para Paris, vou atirar algumas heroínas e transar com as estrelas.
Você gerencia a ilha e da cocaína e dos carros elegantes.
Esta é a nossa decisão de viver rápido e morrer jovem.
Nós tivemos a visão, agora vamos nos divertir um pouco.
Sim, é esmagador, mas o que mais podemos fazer?
Arranjar empregos em escritórios e acordar para a manhã?
Esqueça os nossos irmãos e nossos amigos.
Estamos destinados a fingir.
Vou sentir falta dos parques infantis e os animais e desenterrar vermes.
Vou sentir falta do conforto da minha mãe e do peso do mundo.
Vou sentir falta da minha irmã, sentir falta do meu pai, meu cachorro e minha casa.
Sim, eu vou sentir falta do aborrecimento, da liberdade e do tempo gasto sozinho.
Mas não há nada, nada podemos fazer.
O amor deve ser esquecido. a vida sempre pode começar de novo.
As modelos terão filhos, nós vamos começar um divórcio,
Nós vamos encontrar algumas outras modelos, tudo deve seguir seu curso.
Nós vamos asfixiar no nosso vômito e esse será o fim.
Estamos destinados a fingir.
MGMT- Time to pretend
http://www.youtube.com/watch?v=A_OUqukBHT0
Coca-cola
Vamos lá! Quem precisa de tanta coisa nessa vida? Há, todos seu bocó!
Todos querem tudo demais ao extremo do exagero!
Vamos tentar escrever tudo sem uma virgula.
Todos querem tudo demais ao extremo do exagero ridiculo do genero banal do termo escroto do saco do seu pai que tem pelos fedidos que sua mãe já lembeu!
Bom, não era muito bem ai que queria chegar, mas quem se importa? Quem se importa?
Vamos lá! Isso não é o fim do mundo. Há, para muitos são.
Pega lá o cigarro Pedro! Vamos beber muito e morrer de cirrose!
Todos querem tudo demais ao extremo do exagero!
Vamos tentar escrever tudo sem uma virgula.
Todos querem tudo demais ao extremo do exagero ridiculo do genero banal do termo escroto do saco do seu pai que tem pelos fedidos que sua mãe já lembeu!
Bom, não era muito bem ai que queria chegar, mas quem se importa? Quem se importa?
Vamos lá! Isso não é o fim do mundo. Há, para muitos são.
Pega lá o cigarro Pedro! Vamos beber muito e morrer de cirrose!
quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
Boa noite.
Boa noite, caro senhores e senhoras. Meninos e meninas. Jovens, moças.
Estou aqui nesta noite de criança, neste tempo quente, neste quarto abafado.
Sonhando amores, que vão, vem, se esvaiam...
Sonhando com humores, risos.
Sonhando no que escrever, no que ler.
O cheiro do livro novo, que vem ao folhear rapidamente... O Vendedor de Sonhos.
Boa noite, caro senhores.
Estou aqui nesta noite de criança, neste tempo quente, neste quarto abafado.
Sonhando amores, que vão, vem, se esvaiam...
Sonhando com humores, risos.
Sonhando no que escrever, no que ler.
O cheiro do livro novo, que vem ao folhear rapidamente... O Vendedor de Sonhos.
Boa noite, caro senhores.
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